Prezados leitores, eis que retorno ao
blog, meses após a conclusão do "Abecedário de Crônicas do Evoé!",
projeto idealizado por Kelsen Bravos (professor, escritor, editor, defensor
inabalável da leitura e da educação) - as crônicas
podem ser lidas em https://kelsenbravos.blogspot.com/ -, no qual tive
participação, juntamente com Túlio Monteiro e o próprio Kelsen Bravos.
Volto agora para tornar público que
preparo a edição de meu livro de poemas Caminho por entre versos,
sombras e assombros. O poema a seguir - Apenas um poema... - compõe essa
minha próxima coletânea. Até breve.
Apenas um poema...
Eis
Um poema
Um novo poema
Outro meu
Outro eu...
Aceitas?
Então, é...
Mas... lê!
Investiga teu espírito
- tua leitura é uma leitura frente às tuas
leituras?
Inquieta-te?
Um poema - também história
entre histórias
- o guardado no verso explícito
Implícito sentido navegando em mares e rios e
lagos (ideias em eus de história em histórias)
Mundos tantos...
Um poema...
Num tempo de flores sem aromas...
E sopra um vento das ruas cúmplices de gritos e
atos insanos
Por avenidas espalham-se vociferações ensandecidas
em coros espumosos de raiva e despudor...
Eis que
É só um poema... nada mais...
É?
Aceitas?
Então deve não ser nada para ser muito...
Percebe?
É um poema...
Um novo poema
Um novo poema meu
Então sou eu o poema - poemeu / eu poema...
Lê!
Os dias passaram? Os dias passam...
Houve vento
Houve sol
Houve chuva
Nas ruas um silêncio acomodado... incomodando...
Das ruas as incertezas do momento incerto futuro...
Futuro além dos copos de cerveja
Futuro além além das alegrias suprimidas
Futuro além dos sonhos aos quais se impuseram
nãos...
Futuro... além do que você pensaria? - Esse verso
deve ter a sua construção...
Eis!
Um poema
Um novo poema
Apenas um novo outro poema...
Você o lê?
Você o aceita?
Então, é!
Um poema...
Só um poema...
- e tantos outros versos se
suprimiram... se arquivaram...
Não mais que um poema...
Chico Araujo