Há momentos em nossa vida em que nos vibra a indignação. Vibra e inflama. Dela, muitas vezes nos acende uma chama cujo calor impele à luz. Vemos, então, aquilo que aparentemente seria impossível. Esse meu instante - que, sem contradição, não teve início exatamente agora - é de reflexão e aprendizado. E eu o divido com quem vier me ler aqui. Como processo e (re)nascimento. E que seja assim. De imediato, o mais recente poema. Porque o tempo é agora!
QUEM SE PÕE A QUESTIONAR?
Aqui não vale a rima
Mas decerto algo há
Que mexe com a gente
Agora e para sempre
Sem poder duvidar
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Nunca antes nesse país
Três poderes se uniram assim
De maneira tão amalgamada
Que a forte liga deles gerada
Exalasse um podre tão ruim
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Muito difícil é ignorar
Para onde a seta aponta
Abrindo mão de olhar
Para o mal que se encanta
De se esconder e comandar
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Vira e mexe, mexe e vira
O certo alvo é um só
Pra ele vai sempre a mira
Pra cerrá-lo em cego nó
Forte amarra em desdita
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Em meio à maledicência
Que chega a amargurar
Sonhos perdem a efervescência
Chegam dor e mal-estar
Há limites para se pode falar
Por algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Não todos, mas alguns
Estão sob perseguição
Não são ocorrências comuns
Que lhes impõem senão
Não é certo fato nenhum
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Está-se em momento raro
Que exige produnda reflexão
O que é certo está errado?
O erro se impõe como razão?
É tudo muito conturbado
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Palavras jogadas ao vento
Discursos para o desfazer
Imagens para esmaecimento
Desconstrução de poder
O não justo prevalecendo
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
É muito difícil calado ficar
Nesse tempo de tanta emoção
Não é uma questão de achar
Mas de ter forte convicção
Tudo está a desmoronar
É Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
É tanta falácia tendenciosa
É tanto zombar, mentir e iludir
Que toda essa ação maliciosa
Aos poucos tudo vai destruir
Por sua associação tenebrosa
É Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
E quando penso que findo
Esse meu jeito de pensar
Importa muito o que vou sentindo
A cada novo constatar
São diversos belos sonhos ruindo
É Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Chico Araujo.
24/09/2016 - 01/10/2016
Mas decerto algo há
Que mexe com a gente
Agora e para sempre
Sem poder duvidar
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Nunca antes nesse país
Três poderes se uniram assim
De maneira tão amalgamada
Que a forte liga deles gerada
Exalasse um podre tão ruim
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Muito difícil é ignorar
Para onde a seta aponta
Abrindo mão de olhar
Para o mal que se encanta
De se esconder e comandar
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Vira e mexe, mexe e vira
O certo alvo é um só
Pra ele vai sempre a mira
Pra cerrá-lo em cego nó
Forte amarra em desdita
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Em meio à maledicência
Que chega a amargurar
Sonhos perdem a efervescência
Chegam dor e mal-estar
Há limites para se pode falar
Por algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Não todos, mas alguns
Estão sob perseguição
Não são ocorrências comuns
Que lhes impõem senão
Não é certo fato nenhum
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Está-se em momento raro
Que exige produnda reflexão
O que é certo está errado?
O erro se impõe como razão?
É tudo muito conturbado
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Palavras jogadas ao vento
Discursos para o desfazer
Imagens para esmaecimento
Desconstrução de poder
O não justo prevalecendo
Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
É muito difícil calado ficar
Nesse tempo de tanta emoção
Não é uma questão de achar
Mas de ter forte convicção
Tudo está a desmoronar
É Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
É tanta falácia tendenciosa
É tanto zombar, mentir e iludir
Que toda essa ação maliciosa
Aos poucos tudo vai destruir
Por sua associação tenebrosa
É Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
E quando penso que findo
Esse meu jeito de pensar
Importa muito o que vou sentindo
A cada novo constatar
São diversos belos sonhos ruindo
É Algo de muita tendência
E de ampla indecência:
Quem se põe a questionar?
Chico Araujo.
24/09/2016 - 01/10/2016
Fernanda Porto e Chico Buarque de Holanda interpretam Roda Viva. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4waQ7092O5c Acesso em 02/10/2016.
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